1) Modelo de receita (como se ganha dinheiro)
| Alavanca | Fórmula | O que move o ponteiro | Risco típico |
|---|---|---|---|
| Taxa de administração | Receita ≈ AUM médio × fee_admin | Distribuição + retenção + confiança no produto | Churn em drawdown e produto difícil de explicar |
| Taxa de performance (quando aplicável) | ≈ max(0, AUM × excesso) × fee_perf | Alfa ajustado a risco + governança | Overfit, regime change, expectativa mal setada |
| Retenção | “Receita recorrente” depende de ficar | Comunicação, transparência e operação estável | Surpresas operacionais e falta de explicabilidade |
Nota de governança
Performance fee não “salva” uma operação ruim. O que sustenta a Linha A é: produto simples, reporting claro,
e disciplina para reduzir risco quando a evidência não é suficiente.
2) Exemplos tangíveis de produtos
Use isso como “forma” para conversar com CEO/CFO/CMO. Não é recomendação pronta. É para sair do abstrato.
Produto 1 — Trend / Momentum multi-ativos
Regras simples e vendáveis. Narrativa: capturar movimentos e reduzir risco em regime adverso.
Bom para começar porque é explicável e o reporting fica direto.
Produto 2 — Equity systematic (ex.: low-vol / quality / value)
“Processo e consistência”. Portfólio diversificado, controle de concentração, limites de liquidez e risco.
Bom para escala em canais de varejo/wealth, desde que a comunicação seja simples.
Produto 3 — Overlay de proteção (camada de risco)
Valor aparece em eventos de stress. Exige reporting muito bem desenhado para evitar percepção de “não fez nada”
quando o mercado está calmo.
Se você não consegue explicar o produto em 30 segundos,
você ainda não tem um produto. Você tem pesquisa.
3) Unit economics + custos (calculadora completa)
A ideia é estimar receita, custo (fixo/variável) e resultado. Isto é sizing — você transforma em meta oficial quando fechar canal, fee, repasses e escopo real de operação.
Receita (inputs)
Como ler performance fee aqui
Isso é uma aproximação:
AUM médio × excesso × fee_perf × hit-rate.
No real, entra regra de high-water mark, hurdle, benchmark etc.
Custos (inputs)
Observação: “Custo de execução” aqui é variável e muitas vezes “some” no produto se você não medir.
Por isso ele entra explicitamente na calculadora.
Resultados (automático)
Receita anual (admin)
—
AUM médio × (fee_admin − rebate)
Receita anual (performance)
—
Excesso × fee_perf × hit-rate
Resultado anual (pré-imposto)
—
Receita total − custo total
AUM médio (ano)
—
Fee admin líquido (bps)
—
Receita total (ano)
—
Custos fixos (ano)
—
Custos variáveis (ano)
—
Implantação anualizada (ano)
—
Break-even AUM (admin only)
—
Margem (pré-imposto)
—
4) DRE simplificado (fixo vs variável)
Isto é uma leitura “CFO-friendly”. O objetivo é responder: “em qual AUM isso paga a operação?” e “quais custos escalam com volume?”.
Receitas
| Linha | Valor anual | Observação |
|---|---|---|
| Admin (líquida) | — | Considera rebate/repasse |
| Performance | — | Estimativa (hit-rate + excesso) |
| Receita total | — | Soma |
Custos
| Linha | Valor anual | Tipo |
|---|---|---|
| Time | — | Fixo |
| Infra (12x) | — | Fixo |
| Dados/vendors | — | Fixo (em degraus) |
| Compliance/auditoria | — | Fixo |
| Outros fixos | — | Fixo |
| Implantação (anualizada) | — | Fixo (temporário) |
| Execução (turnover) | — | Variável |
| Servicing variável | — | Variável |
| Custo total | — | — |
Leitura rápida
Se o break-even AUM (admin only) estiver “alto demais”, você tem 4 alavancas:
(1) reduzir fixos, (2) aumentar net fee (reduzir rebate/otimizar prateleira), (3) acelerar ramp de AUM,
(4) reduzir giro/custo por execução (Linha C alimenta isso).
6) Perguntas do CFO (checklist para reunião)
Isto é o que geralmente bloqueia ou acelera decisão. Se você responder isso de forma objetiva, destrava tranche.
Saída esperada da reunião
1) net fee e canal “default” definidos, 2) baseline de custo fechado (fixo/variável),
3) gates + critérios de pausa aprovados, 4) tranche 0 liberada.
Última atualização: — · Versão: v1 (Linha A — business case)