📌 Linha B · Carteiras sistemáticas (Wealth) 🧩 Fee-based 🔁 Rebalance + disciplina 🧾 Suitability + audit trail 📊 DRE + calculadora

Linha B — Carteiras sistemáticas (Wealth / Advisory)

Nesta linha, o time entrega um serviço contínuo de alocação, rebalance e gestão de risco por regras e modelos. O objetivo é transformar processo em receita recorrente, com qualidade padronizada, explicabilidade e governança em escala.

Linha B — Carteiras sistemáticas (Wealth)
Fee-based: aumento de share-of-wallet, disciplina de rebalance, padronização do “modelo de risco” para escala.
O que o cliente compra
Um serviço contínuo de alocação e gestão de risco, com uma promessa simples: disciplina (rebalance e regras) + transparência (por que e quando mexer) + custo previsível. O produto é “carteira”, mas o valor percebido é processo.
fee-based share-of-wallet rebalance suitability drift governança

1) Definição (didática) + por que vira negócio

Carteiras sistemáticas são mandatos de investimento em que decisões de alocação, rebalance e controle de risco seguem regras predefinidas. Diferente de um fundo, a “embalagem” pode ser uma carteira administrada ou um modelo de carteira aplicado em escala (com governança, suitability e trilha de auditoria).

Por que isso vira unidade de negócio

  • Receita recorrente (fee-based): monetiza o serviço de gestão, reduz dependência de “evento” (trade) e melhora previsibilidade.
  • Aumento de share-of-wallet: cliente que terceiriza disciplina tende a consolidar patrimônio e reduzir churn.
  • Escala via padronização: uma biblioteca de modelos (conservador/moderado/arrojado) pode ser distribuída com governança e medição.
  • Qualidade consistente: regras reduzem dispersão entre assessores e evitam “portfolio drift” por decisão ad-hoc.
  • Compliance como feature: suitability e limites entram no motor, reduzindo risco de recomendações inadequadas.
Racional de valor
Linha B captura valor via processo e persistência: o cliente fica, aporta mais e aceita pagar por disciplina e governança.

Arquitetura do produto (modelo mental)

1) Modelos de Carteira
Pesos-alvo, bandas, regras (rebalance, contribuições, saques).
2) Motor de Rebalance
Detecta drift, calcula trades, aplica custos e restrições.
3) Execução & Controles
Ordens, roteamento, fracionamento, logs e auditoria.
4) Suitability & Limites
Perfil, restrições, exposição por ativo/classe e concentração.
5) Dados & Preços
Market data, custos, eventos corporativos e regras operacionais.
6) Relato ao Cliente
“Por que mexeu”, impacto, custos e consistência de decisão.
Metáfora simples
É um piloto automático com checklist: não é “adivinhar o mercado todo dia”. É manter o avião no corredor certo, reagir quando sai do eixo, e registrar cada ajuste.

2) Modelo de receita (como se ganha dinheiro)

Alavanca Fórmula O que move o ponteiro Risco típico
Fee do serviço (advisory/gestão) Receita ≈ AUM médio × fee − repasse Distribuição, conversão, ticket, retenção (churn) Fee sem entrega percebida (“mais do mesmo”)
Upsell / camadas premium Δ receita ≈ Δ AUM × Δ fee Overlay, modelos por objetivo, classes adicionais Complexidade sem governança → reclamação
Retenção & share-of-wallet “Receita recorrente” depende de ficar Transparência, rotina, relatórios, experiência do assessor Quebra de confiança em drawdown e “caixa-preta”
Regra de ouro (Wealth)
Se o cliente não entende por que a carteira mudou e quanto custou, a percepção vira “ruído”. Linha B precisa de explicabilidade e trilha auditável por padrão.

3) Exemplos tangíveis (para conversa com CEO/CFO/Wealth)

Modelo 1 — 3 perfis (Conservador / Moderado / Arrojado)
Serve como produto “base”. Regras de rebalance simples e bandas explícitas. Ajuda a padronizar o serviço e medir o custo operacional real.
Modelo 2 — Carteiras por objetivo (renda / crescimento / preservação)
Ajuda na venda: objetivo é mais didático que “alfa”. Permite segmentar fee e abrir portas para upsell (classes e overlays).
Modelo 3 — Overlay de risco (proteção / controle de drawdown)
Entrega valor em stress. Exige relato extremamente claro para evitar “não fez nada” em mercado calmo.
Se você não consegue explicar: (1) quando rebalanceia, (2) o que dispara o rebalance, (3) quanto isso custa, você ainda não tem um produto. Você tem opinião.

4) Unit economics + custos (calculadora completa)

A ideia é estimar receita, custo (fixo/variável) e resultado anual. Isso é sizing: vira meta oficial quando fechar canal, fee, repasses e escopo real de operação.

Receita (inputs)

Como ler o “premium”
Aproximação: AUM médio × attach-rate × (uplift_AUM + Δ fee). O objetivo é testar se “camadas” pagam custo adicional (produto + suporte + compliance).

Custos (inputs)

Observação: giro e custo de execução são “invisíveis” se você não medir. Aqui entram explícitos.

Resultados (automático)

Receita anual (fee líquida)
AUM médio × (fee − rebate)
Receita anual (premium)
Attach-rate × uplift + Δ fee
Resultado anual (pré-imposto)
Receita total − custo total
AUM médio (ano)
Fee líquido (bps)
Receita total (ano)
Custos fixos (ano)
Custos variáveis (ano)
Implantação anualizada (ano)
Break-even AUM (fee only)
Margem (pré-imposto)

5) DRE simplificado (fixo vs variável)

Leitura CFO-friendly: “em qual AUM isso paga a operação?” e “o que cresce com volume e com giro?”.

Receitas

LinhaValor anualObservação
Fee (líquida)Considera repasse/rebate
PremiumCamadas/upsell
Receita totalSoma

Custos

LinhaValor anualTipo
TimeFixo
Infra (12x)Fixo
Dados/vendorsFixo (em degraus)
Compliance/auditoriaFixo
Outros fixosFixo
Implantação (anualizada)Fixo (temporário)
Execução (turnover)Variável
Servicing variávelVariável
Custo total
Leitura rápida
Se o break-even AUM (fee only) estiver alto, você tem 4 alavancas: (1) reduzir fixos, (2) aumentar fee líquido (reduzir repasse / otimizar prateleira), (3) acelerar ramp de AUM, (4) reduzir giro/custo por execução (bandas melhores + regras de rebalance).

6) Go-to-market por canal (sizing de AUM em 12 meses)

Este bloco serve para tirar o “AUM alvo” do achismo. Você coloca premissas por canal e o total vira um sizing. Ajuste os nomes dos canais conforme a realidade.

Canal Leads/mês Conversão Ticket médio (R$) Mês início (1–12) Churn anual AUM 12m (estim.)
Assessoria (prateleira)
Digital (inbound / app)
B2B2C (parcerias)
Corporate (benefícios / contas PJ)
Total AUM estimado em 12 meses
Como usar
Pense no GTM como funil + ticket + tempo de rampa. É melhor errar com premissas explícitas do que “acertar no chute”. Se quiser, você pode ancorar o AUM alvo da calculadora no total acima (há uma opção no JS para ativar).

7) Gates (90–180 dias) — go/no-go objetivo

Gate 1 — Produto mínimo (piloto)
3 perfis, regras de rebalance, suitability básico e relatório claro. Objetivo: operar com poucos clientes/patrimônio e medir fricção ponta-a-ponta.
  • Tempo de setup: tempo para “colocar um cliente” com governança.
  • Taxa de exceções: eventos corporativos, falhas de dados, reversões, ordens rejeitadas.
  • Custo do rebalance: bps por rebalance (execução + imposto quando aplicável).
Gate 2 — Escala controlada
Automatizar o repetitivo (rebalance, checagens, logs) antes de aumentar base. Objetivo: crescer sem crescer headcount na mesma proporção.
  • Drift controlado: % de carteiras fora da banda por tempo excessivo.
  • Execução consistente: slippage e fill-rate dentro de limites por classe.
  • Retenção: permanência e evolução de AUM (aporte líquido) no piloto.
O que evita “fumaça”
Linha B se sustenta quando vira rotina repetível: modelo → rebalance → execução → relato, com custos e riscos controlados. Isso cria base para sofisticar modelos depois.
Linha B (Carteiras) = produto de disciplina e governança em escala. Monetiza fee-based, aumenta share-of-wallet e padroniza qualidade. Começa pequeno com piloto e gates, mede operação real, e só então automatiza e escala.

8) Perguntas do CFO (checklist para reunião)

Isso normalmente bloqueia ou acelera decisão. Se você responder de forma objetiva, destrava tranche.

Saída esperada da reunião
1) fee líquido e canal “default” definidos, 2) baseline de custo fechado (fixo/variável), 3) gates + critérios de pausa aprovados, 4) tranche 0 liberada.
Última atualização: · Versão: v1 (Linha B — business case)